sábado, 28 de julho de 2012

A casa



      "Quem está aí?" pensou Cátia assustada. O barulho de passos ouvidos recentemente tinha sumido mas ela sabia que havia mais alguém ali, que não estava sozinha. De repente, uma risada. Era feia. Grotesca. Maléfica. A pior que já havia escutado antes.
      - Quem está aí? - perguntou alto tentando parecer firme mas havia muito medo em sua voz. A garota era ruiva e tinha belos olhos esverdeados, sardas saíam de seu nariz e se espalhavam por sua bochecha rosada. Parecia ter 9 anos, mas tinha 11, não! 12 anos! "Sou só uma menina de 12 anos de idade não vou fazer nada, aparece, por favor", Cátia implorou sem dizer nada, não tinha coragem de pronunciar uma sequer palavra.
      - Também não vou fazer nada Cátia - era uma voz grave.
     A jovem ficava cada vez mais apavorada, como aquela pessoa sabia de tudo aquilo? 
      - Sabendo.
     A risada soou novamente.
      - O-o-que você quer comigo? - a garota finamente tomou coragem para falar novamente.
      - Cátia, querida, de você... Só quero saber o que a senhorita está fazendo na minha casa - respondi.
      "Esse lugar escuro é a sua casa? Você por acaso é uma espécie de vampiro, tio?" inquiriu Cátia para si mesma. Ri novamente. Menina tola...
      - Sim, esse lugar é a minha casa Cátia, mas o tio aqui não é um vampiro, fique tranquila.
      Com essa resposta, claro que a menina não ficou tranquila, estava cada vez mais inquieta porém já entendendo o que estava acontecendo ali. "Você lê mentes, não é?". Só agora você percebeu? Menina tola... Menina tola...
      - Cátia, como você veio parar aqui?
      A jovem voltava da escola para casa a pé, o céu estava nublado mas ela tinha um pressentimento de que não choveria. Enganou-se, quando pôs os pés na rua Costa de Pinheiros as primeiras gotas começaram a cair e a garota apressou o passo. O frio tomou conta de seu corpo e a chuva estava muito mas muito forte. Naquela rua enfestada de casas, viu uma que não parecia estar abandonada mas que se encontrava com a porta dos fundos aberta. Entrou para se abrigar e fugir da chuva e do frio que tomavam conta daquela noite de inverno. A chuva havia acabado de parar, estava na hora de Cátia sair dali.
      - Agora o senhor vai fazer alguma coisa comigo? Tipo... ligar para a polícia? - ela engoliu em seco cada vez mais aflita.
      Acendi as luzes e Cátia finalmente pôde me ver. Era um sujeito baixinho, cabelos pretos, olhos esbugalhados e castanhos, aparentava ter cerca de 42 anos, tinha 41, na verdade.
      - Não Cátia, agora é hora de você ir embora, já parou de chover.

2 comentários:

  1. Oie , Tudo bem?
    Adorei seu blog!
    Aceita parceria?
    http://sweetgirl023.blogspot.com.br/

    Beijos e Obrigada

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada ^^ Claro, aceito sim, já vou pegar seu banner, bjs :)

      Excluir

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