quinta-feira, 11 de abril de 2013

Aula de Piano (texto)

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(www)

Oi gente. Talvez não faça sentido eu postar aqui depois do meu último post. Eu escrevi esse texto hoje mais cedo e resolvi postar. Então me deparo com aquele post da Cami. Valeu Cami, mas sei lá, ainda não estou muito motivada... Ninguém falou nada sobre isso, só você, Cami. (3ª vez que falo Cami, mas ok)
Esse texto, veio na minha cabeça, e eu fui escrevendo. Desculpem o tamanho, mas se não me controlasse ia escrever muito mais.


Estou em minha aula de piano. Fazendo um exercício de escrever os nomes de notas aleatórias. Sol, si, dó, ré. Fá, lá, dó, mi. Digito os nomes das notas no computador, enquanto um garoto toca na sala vizinha. Escuto a linda melodia, os acordes e muito mais, que provavelmente não aprendi. É uma bela música. Queira saber tocar assim. A porta está aberta. Levanto da cadeira. A porta está aberta. Será que não posso dar uma pausa e somente olhar o garoto? A porta está aberta. Ele está tocando, concentrado, de costas. Não me percebe atrás da parede. Estou espiando. Ele não é muito mais velho que eu. É moreno, cabelos negros, curtos e não muito lisos.

Paro. Volto rapida e silenciosamente para minha cadeira e escrevo num segundo o nome de várias notas seguidas. Normalmente não sou tão rápida. Mas meu professor estava chegando. Ele é professor do garoto também. Volto à velocidade normal. O garoto se chama Daniel. É o nome de meu irmão mais novo. Certo, agora o professor está verificando meu trabalho. Elogia, diz que eu acertei até ali, e pede para continuar assim.

O garoto, quer dizer, Daniel, troca de música. Essa é linda. Animada. Ele toca bem, maravilhosamente bem. E eu aqui, aprendendo a ler o nome das notas. Ele deve fazer aula há muito mais tempo. Queria ter uma oportunidade de falar com ele. Nem que seja só “oi” ou elogiar sua música. Por que sou tão tímida? Mas também não posso interrompê-lo. Nem a minha aula. Posso, sim, já está quase em hora do Daniel sair. Ele toca mais. Estou dando muitas pausas no meu exercício apenas para ouvi-lo tocar. Ouço os passos do professor, e digito mais algumas notas rapidamente, o professor não pode notar que estou parando para ouvir o Daniel tocar, o que eu diria? A porta ainda está aberta. O professor vem, apenas diz para continuar, e sai. Deve ter pensado que eu já havia terminado, mas quando viu que não, saiu.

Daniel continua lá. A porta continua aberta. Dou uma espiada, desta vez um pouco mais longa. Observo sua concentração, dedos ágeis. Queria elogiá-lo, cumprimentá-lo, conversar com ele. Perguntar seu nome, mesmo já o sabendo. Perguntar o nome da música, esta não faço ideia. Perguntar sua idade e colégio, mesmo não tendo interesse. Perguntar a quanto tempo tem aulas de piano, não fazendo diferença. Perguntar quando tem as mesmas, mesmo já estando óbvio. Ou apenas perguntar que dia é hoje. A porta está aberta! Continuo esgueirada na parede de fora da sala. Ele sequer percebe. Sou silenciosa e discreta. Continua tocando. O professor está chegando na sala, ouço seus passos.

Volto rapidamente para minha cadeira e tento recuperar o tempo perdido nomeando as notas na velocidade da luz. Terminei. Fico admirando a melodia de Daniel enquanto espero o professor. Essa é a segunda vez que ele toca a música. O professor está corrigindo as respostas. Daniel pára de tocar. O professor pára e num instante está se despedindo de Daniel. A porta se fechou.

Vejo a porta da saída se fechando. Nem sequer vi seu rosto. A porta está fechada. Me dirijo para a sala que Daniel estava. Toco o piano. Suas teclas. Acaricio-as discretamente, o professor não pode notar nada estranho. Acaricio-as, pensando que este piano foi tocado pelo garoto. E agora vou tocar o mesmo piano que Daniel tocou. Começo a treinar minhas músicas. São tão simples, e eu mal sei tocá-las fluentemente. Mas o garoto toca músicas muito complexas para mim, e numa velocidade perfeita, e no mesmo piano. O professor me auxilia. Ele não precisou ajudar Daniel.

Minha aula acabou. Estou saindo, voltando para casa. Passo pela praia. A areia encosta meus pés. Tiro os chinelos. Assim está melhor. Caminho, olho para o mar. A água não é muito limpa e as ondas batem nos tornozelos, mas só de ver o reflexo do sol quase poente, me sinto em um sonho. Penso na música do garoto. Daniel. O imagino andando ao meu lado. Sem dizer uma palavra. Apenas sua música no fundo, nós dois andando na praia. Vendo o mar. Fugindo daquela vida. Penso em meu pai. Por que ele foi sem se despedir? Quero fugir desse mundo. Imagino eu e Daniel tocando piano. A minha música favorita. Tocando perfeitamente, um mesmo piano, quatro mãos. A porta ainda não se fechou.

Gostaram? É isso!! Para quem não entendeu, a "porta" representa a oportunidade, a passagem, a esperança, e coisa assim.


3 comentários:

  1. Oi, Ju :) É a Camila, eu sei que você esperava que outra pessoa comentasse, mas eu gosto de comentar quando você posta aqui, sei lá, gosto de comentar em todo lugar :D Mas ultimamente está meio complicado, por isso sumi no ECO e em outros blogs também...

    Eu achei o texto muito bonito, profundo, a ideia da porta foi muito boa haha >< Está de parabéns, Ju, ficou lindo, gostei *------* Me deu vontade de saber mais sobre a personagem kk :)

    Assim, só avisando, achei alguns erros de português.

    Eu vou colocar uma imagem como ilustração de post para você, mas se não gostar, ou não quiser, troca ou tira, sei lá, faz o que quiser, o post é seu, sou vou meio que dar uma sugestão, ok? ^^

    E, Ju, eu sei que ninguém disse nada sobre o seu post... Mas só desisti se for isso mesmo que quiser, tabem? Só se não gostar de postar aqui, e, não sei, acho que você gosta, tanto que postou um texto agora :)

    Beijos

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    Respostas
    1. Valeu Cami por editar o post ^^
      A imagem combinou, estava sem paciência para colocar imagem. Desculpe os erros de ortografia e etc., mal prestei atenção nisso ><

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    2. De nada, pensei que você ia ficar brava comigo haha, que bom que eu ajudei =)

      Tudo bem, todo mundo comete erros de ortografia, era só um aviso ^^

      Beijos

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