Uma refeição nem um pouco agradável

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Boa noite, gente :D Estão bem? Espero que sim ^^ Eu estou. Hoje reescrevi um texto que eu tinha feito ano passado para a escola, não está muito grande, mas acho que ficou legal :) Marquem ou comentem sua opinião sincera no final do post, por favor, ela é muito importante >< Então, vamos lá?

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Há uma hora da tarde já estávamos almoçando. Encarava as duas pessoas sentadas a minha frente se deliciando de fios de macarrão: meus pais. Precisava avisá-los sobre o meu B.O. na aula de matemática por ter discriminado um casal de homossexuais.

A mesa estava num total silêncio, era a minha chance, se eu os contasse antes que soubessem pela escola poderia aliviar um pouco as coisas. Fitei os dois pares de olhos castanhos e engoli em seco:

- Sabe-be na-na aula de matemática-ca? - balbuciei remexendo meu corpo para lá e para cá em um ato nervoso.

- Sim, por quê? - indagou minha mãe fazendo-se de desinteressada, porém sabia que esta já havia percebido que eu aprontara. Claro, estava óbvio pela minha atitude! Por que você não podia se comportar de uma forma menos inquieta, Giovanna?

Ambos me encaravam, e eu continuava me remexendo para todas as direções tentando ao máximo não fazer o mesmo. Por que você não podia se comportar de uma forma menos inquieta?! Esse sua agitação só piora as coisas, Giovanna! Então, quando minha vista encontrou a deles de novo, notei que não era um bom momento para pronunciar aqueles palavras. Abri minha boca, porém nenhum som foi emitido por ela. Eu não ia conseguir contar, não, não ia... Fechei meus lábios, engoli em seco. Quer saber? Não! Eu não vou contar! Que saibam pela escola! E daí? Talvez nem descubram, certo? Por que eu que tenho que contar? É um absurdo! Não, não é um absurdo... Absurdo é você não contar! Cara! Eu tenho que contar! Honestidade acima de tudo, certo, Giovanna? Prometeu para si mesma... Já é preconceituosa o bastante, precisa pelo menos fazer alguma coisa certa! É, eu preciso! Por que tinha que ser tão difícil? Por que eu simplesmente não consigo contar? Sentia minha garganta seca, as batidas do meu coração se misturando com as batidas rápidas do relógio. Por que você não podia se comportar de uma forma menos inquieta, Giovanna? Consegui parar de girar para tudo que é lado, coloquei as mãos na mesa como se procurasse apoio, abri os lábios e simplesmente disse:

- Levei um B.O., fui preconceituosa, podem me colocar semanas de castigo.

Busquei ajuda no olhar deles, alguma ideia sobre o que fariam comigo. Estavam bravos? Zangados?Decepcionados? Seus rostos eram indecifráveis. Falem algo! Deem sinal de vida. Por favor...

- Pai? Mãe? - tentei esperançosa.

Mamãe deu uma cotovelada leve em seu marido, ele concordou com a cabeça e se apressou para decidir o castigo. E, então?

- Vai ficar uma semana sem computador - avisou meu pai sem surpresa nenhuma aparente como se já tivesse planejado aquilo há tempos antes. Sério, isso? Só? Não pareciam nem estar com raiva! O que tinha acontecido com o par de chatos que me pôs no mundo?

- Já sabíamos, filha - explicou minha mãe balançando a cabeça. Provavelmente notou minha confusão com o que o pai dissera.

- Ãhn?

- A escola ligou... - papai respondeu o óbvio que eu ainda nem havia reparado.

- Ah.

- Estamos felizes por ser honesta, querida - a mãe sorriu - mas discriminar pessoas não se faz - completou desmanchando o sorriso e adquirindo uma expressão triste de reprovação.

Odeio quando ela faz isso, é muito pior do que uma bronca, vem um peso na consciência, como se não bastasse, tenho certeza de que está por vir uma daquelas conversas sérias sobre ética, aquelas que vencem o castigo...

Meus pais e eu nada comentamos após isso e o silêncio pairou na mesa novamente.

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